quinta-feira, 30 de abril de 2020

Diversas Lives para acompanhar

Preparamos algumas opções de agenda para hoje, dia 30 de abril.
Debates fundamentais para a luta coletiva dos movimentos e causas pelo acesso aos direitos, pela defesa da dignidade e pelo enfrentamento à Pandemia:
https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/edusex
1° Diálogo: "Impactos do isolamento na violência doméstica e familiar", com as palestrantes: Doutora Raíssa Jeanine Nothaft e a Doutoranda Valéria Mariano (PPGICH/UFSC); com coordenação da Professora Doutora Luciana Zucco (DSS/PPGSS; PPGICH/UFSC)
A assessora política do Inesc, Livi Gerbase, vai explicar passo a passo como encontrar e entender os gastos federais com o combate à Covid-19. https://www.instagram.com/inescoficial/
Os serviços de proteção social especial de alta complexidade do SUAS no contexto da pandemia https://conteudos.unis.edu.br/livesuas_30-04-2020
Debate sobre a política de trabalho durante a pandemia na página da Arca no Facebook!
Ariana Frances e José Celso Cardoso Jr. José Celso Cardoso Jr. é Doutor em Economia pela Unicamp e PHD em Governo e Políticas Públicas pela Universidade Autônoma de Barcelona. É também o Presidente da Afipea-Sindical e Ariana Frances é formada em Direito pela USP e Mestranda de Governança e Desenvolvimento na Enap, além de servidora, tendo passado pelo Ministério Público de SP,Cultura e Desenvolvimento Social.
https://www.facebook.com/arcadesenvolvimentosustentavel/
COVID 19: Desigualdade social, ideologia e os desafios atuais da luta da classe trabalhadora.
https://youtu.be/aKi1ETakWN8
https://www.facebook.com/abpn.org.br
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN

Importante reflexão para debate.


Quem cuida dos cuidadores? A assistência social em tempos de pandemia

Giordano Magri, mestre em administração pública e governo pela FGV e pesquisador do Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) 
Fernanda Lima-Silva, pós doutoranda em administração pública e governo pela FGV e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB)
Gabriela Lotta, professora de administração pública e governo da FGV e coordenadora do Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB)
Ceninha Francisco, assistente social e trabalhadora da rede direta da cidade de São Paulo
Taciana Barcellos Rosa, mestra e doutoranda em Políticas Públicas pela UFRGS e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB)
Mariana Costa Silveira, doutoranda em administração pública e governo pela FGV e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB)
A pandemia da COVID-19 tem submetido o mundo a uma crise de saúde pública e econômica sem precedentes na história recente, e que produz efeitos graves sobre as pessoas mais pobres e já expostas à maior vulnerabilidade social. No Brasil, essa crise ganha contornos mais drásticos, não só pela postura do Governo Federal, mas também porque a quarentena atinge em cheio as famílias dos mais de 38 milhões de trabalhadores informais do país, ou seja, 40% da população ocupada. Do ponto de vista político, embora o foco do enfrentamento à COVID-19 esteja nas áreas de saúde e economia, a política de assistência social tem um papel estratégico para minimizar os danos da crise aos mais pobres e viabilizar medidas econômicas e sociais criadas para enfrentar a pandemia.
A política de assistência social no Brasil vem se fortalecendo a partir da Constituição de 1988, quando passou a compor o espectro da seguridade social, junto com saúde e previdência, reconhecidas como direitos de todo cidadão e deveres do Estado. Desde então, houve um processo gradual de estruturação da área socioassistencial no país, que inclui a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), consolidando uma institucionalidade com base nos princípios da coordenação federal e descentralização no território brasileiro. Esse processo está atrelado ao desenvolvimento de capacidade estatal municipal nessa área, que varia em função de cada contexto local e do nível dos recursos disponíveis. Mesmo em municípios com maiores capacidades institucionais, como São Paulo, os recursos existentes – em termos financeiros, de equipe, e também de articulação com outras políticas sociais – são escassos frente à elevada demanda pelos serviços e à complexidade requerida para sua efetividade.
Olhando para a implementação, os diversos e variados serviços tipificados pelo SUAS são geridos por uma rede composta por órgãos da administração direta municipal e Organizações da Sociedade Civil (OSC´s). Nas grandes cidades, como São Paulo, uma parte significativa desses serviços é executada de maneira indireta por OSCs e, portanto, por trabalhadoras – a maioria mulheres – com baixos salários, vínculos de emprego fragilizados e quase sempre em condições de trabalho também precárias. Enquanto o colapso estatal da rede de saúde e até do serviço funerário vem ocupando o noticiário em todo o país, pouco se fala das condições às quais estão submetidas as milhares de profissionais da assistência social que atuam na ponta, em contato direto com a parcela mais vulnerável da população.
Em primeiro lugar, essas trabalhadoras estão enfrentando um aumento da demanda de trabalho. Cidadãos mais vulneráveis à crise, como a população em situação de rua e as pessoas em condições mais precárias de habitação, trabalho e renda, requerem cuidados adicionais. Além disso, essas profissionais também precisam dar suporte ao cadastramento na renda básica emergencial, por meio do Cadastro Único, cujo grande desafio é alcançar um contingente de mais de 42 milhões de pessoas que não estão presentes em nenhum cadastro público e que, muitas vezes, sequer têm acesso à internet. Em segundo lugar, além do aumento da demanda, estas profissionais estão expostas, pela própria natureza do trabalho, a dificuldades na operacionalização de suas tarefas dado o contexto de isolamento social. Um exemplo é a dificuldade em garantir o funcionamento dos Núcleos de Convivência para Adultos em Situação de Rua, que são cada dia mais procurados. Por fim, por causa dos contatos cotidianos com a população, as trabalhadoras estão fisicamente expostas à doença e precisam enfrentar seus medos, ansiedades e preocupações para garantir o cuidado e o acesso a direitos à população mais vulnerável. De fato, como mostra Roberto Pires em pesquisa recente do IPEA, a pandemia cria uma exacerbação das fragilidades já vivenciadas pelas trabalhadoras da rede de assistência.
Respostas governamentais tímidas, lentas e pouco coordenadas estão presentes de forma marcante na história da assistência social. Infelizmente, isso não é diferente neste momento de pandemia. Com uma rede estruturada majoritariamente por OSCs, a cidade de São Paulo é um caso didático. Até agora, as medidas apresentadas pela Prefeitura se restringem (i) à distribuição irrisória de cestas básicas, por meio do programa municipal Cidade Solidária, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e não pela Secretaria de Assistência, que só agora começa a efetivar a entrega de alimentos a algumas comunidades mais pobres, mas sem integrar o programa à rede de Proteção Social já existente na cidade; e (ii) à oferta de vagas emergenciais de acolhimento pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), esforço que garante cumprimento de metas quantitativas para a Prefeitura, mas que não viabilizam uma resposta adequada às necessidades das OSC´s parceiras e, principalmente, das profissionais da ponta.
Tampouco temos visto cuidados adicionais em alinhar informações e novos procedimentos de trabalho para os tempos de pandemia. Segundo o gabinete de SMADS, ainda está sendo elaborada a nota técnica conjunta com a Secretaria de Saúde com orientações relativas ao acolhimento durante o isolamento social ainda. Durante o primeiro mês da quarentena, grande parte das medidas emergenciais que poderiam ter sido adotadas em serviços da rede, como a compra de cestas básicas, não foi viabilizada por falta de autorização jurídica da Secretaria no remanejamento interno de gastos nos convênios com as OSC’s. Além da falta de diretrizes para o funcionamento da rede, as trabalhadoras da ponta tiveram que se informar por conta própria sobre como se proteger durante a crise e como superar as dificuldades de implementação da política em condições tão adversas.
Ainda mais grave é o cenário relativo a equipamentos de proteção individual (EPI’s) necessários para a proteção destas trabalhadoras. Segundo relato de profissionais da rede, os EPI´s só foram disponibilizados mais de um mês depois do início da quarentena, após a resolução de um conflito entre as OSC´s e a Prefeitura sobre quem teria a responsabilidade de oferecer esses insumos. Embora agora alguns EPI´s comecem a chegar, parte dos trabalhadores dos serviços segue totalmente desprotegida. São terceirizados responsáveis pela vigilância predial, limpeza e realização do Cadastro Único que continuam invisibilizados e expostos.
Como consequência, relatos de mortes e afastamentos de trabalhadores da rede socioassistencial por conta do COVID-19 começam a aparecer, como denunciado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep). Segundo a própria SMADS, são cerca de 350 trabalhadores da rede direta afastados, preventivamente ou por suspeita de contaminação. Até este momento, a Secretaria só tem acompanhado a rede direta, o que faz com que ainda não exista esse mesmo mapeamento em relação às trabalhadoras da rede conveniada.
Este cenário preocupante se confirma em pesquisa que vem sendo realizada pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getulio Vargas (NEB/FGV-EAESP), com profissionais da área da assistência social de várias cidades do país para analisar os impactos da Covid-19 na atuação dos trabalhadores da ponta. Resultados preliminares, de 407 respondentes, apontam que 44% deles não receberam orientação da chefia sobre como atuar em momentos de crise; e 58% não sentem suporte dos superiores para enfrentar a pandemia. Além disso, 63% dos participantes não receberam os equipamentos necessários para se proteger do vírus, e 86% não tiveram treinamento para lidar com a COVID-19. Quase a metade desses profissionais (45%) conhece companheiros de trabalho que foram contaminados ou apresentam sintomas. A mesma pesquisa também indica a escala do medo e da falta de apoio, com 91% dos respondentes (370) afirmando terem medo do Coronavírus.
Para fazer frente a estes imensos desafios na implementação dos serviços socioassistenciais em tempos de pandemia, é preciso reduzir a distância entre os responsáveis pelas decisões políticas e os trabalhadores que estão na linha de frente. Além de defenderem a contenção da disseminação do vírus entre a população como um todo, esses profissionais indicam que a crise só poderá ser superada com (i) a criação e o fortalecimento de canais de comunicação da rede socioassistencial com o público beneficiário; (ii) a imediata disponibilização de EPI´s e de diretrizes claras de atuação para todos os trabalhadores da rede, inclusive os terceirizados; (iii) o controle das condições de saúde dos trabalhadores das redes direta e conveniada, com a realização de testes da COVID-19 nesses profissionais, quando disponíveis; e (iv) a maior integração intersetorial, como forma de responder de maneira articulada à complexidade da atuação na pandemia.
Em suma, ainda que a política de assistência social brasileira tenha avançado nos últimos 15 anos, sua implementação permanece marcada por inúmeros problemas – que se agravam com a chegada de uma pandemia, cujos impactos incidem de maneiras muito distintas na população brasileira em razão das desigualdades sociais históricas. Nesse cenário, a rede de assistência social faz parte de um conjunto essencial de ações de enfrentamento à COVID-19, mas faltam o suporte institucional e os recursos necessários à realização deste trabalho de forma adequada. Isso expõe não apenas estas profissionais da ponta, como, acima de tudo, os cidadãos e cidadãs em situação de vulnerabilidade que dependem tanto do trabalho destas profissionais para terem condições mínimas de sobrevivência. Em tempos de pandemia, quem cuidará dos cuidadores?

Este artigo foi produzido a partir dos debates realizados pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB-FGV) sob coordenação da professora Gabriela Lotta.

Portaria 369 - CadÚnico

PORTARIA Nº 369, DE 29 DE ABRIL DE 2020

Dispõe acerca do atendimento do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único, disposto pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, no Distrito Federal e nos municípios que estejam em estado de calamidade pública ou em situação de emergência reconhecidos pelos governos estadual, municipal, do Distrito Federal ou Federal, inclusive a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde, em 30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo coronavírus (COVID-19).

"Art. 1º Dispor sobre o repasse financeiro emergencial de recursos federais para a execução de ações socioassistenciais e estruturação da rede do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, no âmbito dos estados, Distrito Federal e municípios devido à situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN, em decorrência de infecção humana pelo novo coronavírus, Covid-19.
Parágrafo único. A Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS publicará em seu sítio eletrônico na internet listagem constando os entes elegíveis ao repasse financeiro emergencial de recursos federais, constando as metas físicas e financeiras."

Documento completo disponível em:
 http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-369-de-29-de-abril-de-2020-254678622

PLENÁRIA DAS/OS TRABALHADORAS/ES TERCEIRIZADAS/OS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SÃO PAULO


PLENÁRIA DAS/OS TRABALHADORAS/ES TERCEIRIZADAS/OS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS


🔺Data: 01/05/2020


🔺Horário: 14h


🔺Pauta:
Condições de trabalho e ações coletivas frente ao covid 19.


🔺Via plataforma JITSI (link na página do Facebook e via WhatsApp).

terça-feira, 28 de abril de 2020

Reunião virtual do FORTSUAS para elaboração do Plano de Contingência do SUAS na Covid19

Nesta próxima 5a feira dia 30 de Abril as 18 horas estaremos conversando virtualmente para junto aos trabalhadores/as dos municípios da Baixada Santista preparar a Construção do Plano de Contingência da Assistência Social.

Segue link:
Entrar na reunião Zoom
https://us02web.zoom.us/j/89384647087?pwd=Z2dYMmZjUEI1bWU2MVY5b2o5cWROdz09

ID da reunião: 893 8464 7087
Senha: 438321

CORONAVÍRUS: CRP/SP orienta trabalhadores e psicólogos

Nesta última sexta-feira, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo compartilhou em sua página do Instagram medidas de precaução contra o coronavírus.

Segundo a postagem, o CRP recomenda:

– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão; usar antisséptico de mãos à base de álcool gel 70%, principalmente após tossir ou espirrar, depois de cuidar de pessoas, após ir ao banheiro e antes e depois de comer.
– Ao tossir e espirrar, cubra a boca e o nariz com a parte interna do cotovelo. Evite usar as mãos. E, se usar, lembre-se de higienizá-las.
– Se usar um lenço, jogue-o fora imediatamente e lave as mãos.
– Quem apresentar os sintomas deve procurar qualquer serviço de saúde. Para casos graves, a rede estadual de saúde preparou hospitais de referência na capital, interior e litoral.
– No momento, não há recomendação para uso de máscaras para a população em geral. Orienta-se manter os ambientes ventilados, com janelas abertas.
– Recomenda-se distância de 1 a 2 metros para atendimentos com o público. No momento não há orientação das autoridades para suspensão dessas atividades.

Aos psicólogos e às psicólogas, recomenda-se:

– Realizar atendimentos mantendo distância de 1 a 2 metros.
– Caso a pessoa que está sendo atendida relate sintomas, indique a remarcação do atendimento e que a mesma possa procurar uma unidade de saúde.
– De acordo com a Resolução 11/2018, que regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologia da informação e da comunicação, no parágrafo 2º, artigo 3º, a prestação de tais serviços está condicionada à realização de um cadastro prévio junto ao Conselho Regional de Psicologia de cada região do país.


O Conselho Regional de Psicologia complementa, caso seja avaliada a necessidade de atendimento realizado por meio de tecnologia neste período de contenção da transmissão do vírus, como forma de garantir a continuidade e prestação de serviços de qualidade e em condições apropriadas, os serviços sejam prestados em caráter de emergência, e que a inscrição no E-Psi seja realizada de forma breve.

Noticias do Senado para os Fundos de Assistência Social

Saldo de fundos de assistência social durante pandemia

por Equipe SUAS (2019)
O Senado deve votar em breve um projeto de lei que autoriza a transferência de saldos dos fundos de assistência social dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para fortalecer o apoio à população de baixa renda durante o estado de calamidade pública decorrente da proliferação do novo coronavírus.
O PL 1.389/2020 foi aprovado nessa quinta-feira pelo Plenário da Câmara dos Deputados e chegará ao Senado nos próximos dias.
A idéia da autora, deputada Flávia Arruda (PL-DF), é assegurar que o Sistema Único de Assistência Social (Suas) possa realocar os recursos que ficaram no caixa de exercícios anteriores, com o intuito de atender as famílias mais vulneráveis.
Segundo o Ministério da Cidadania, em dezembro os saldos do Suas somavam R$ 1,5 bilhão — dinheiro vindo por repasses do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
No ano passado, o orçamento do FNAS superou R$ 61 bilhões, dos quais R$ 59 bilhões foram executados, conforme a Controladoria-Geral da União. A maior parte do dinheiro foi transferida para os fundos estaduais e municipais de assistência social, para aplicação em programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Flávia Arruda afirmou que espera que estados, DF e municípios aliviem as consequências da covid-19 para a população de baixa renda. Ela ressaltou que não haverá custo adicional para a União.
No Distrito Federal, por exemplo, o saldo em dezembro era de quase R$ 26 milhões. Segundo a deputada, o dinheiro poderá ser usado, por exemplo, para a distribuição de cestas básicas.
— O momento que a gente vive é de muita dor, muito sofrimento, e quem mais sofre é a população carente — disse.

Substitutivo

O texto foi aprovado na forma de um substitutivo apresentado pela relatora, deputada Shéridan (PSDB-RR). O substitutivo autoriza os entes federados a remanejar os recursos entre os blocos de financiamento do Suas, que envolvem, além da gestão do sistema, ações de média e alta complexidade.
O substitutivo também suspende por 120 dias, a contar de 1º de março, a obrigatoriedade do cumprimento das metas pactuadas no Suas pela União com os entes federados. Fica assegurada a integralidade dos repasses federais. De outro lado, o texto determina que quaisquer mudanças nos recursos serão objeto de prestação de contas.
Durante a sessão do Plenário, Shéridan avaliou que os gestores locais “sabem identificar as ações que necessitam de reforço financeiro para a proteção social dos grupos vulneráveis”.
— Hoje, além do medo da contaminação, há o medo da fome. Não estamos aqui na discussão sobre se existe máscara ou álcool em gel. Estamos falando daqueles que não têm água tratada em casa, nem sequer um pedaço de pão.

População de rua

O texto destaca atenção especial à população em situação de rua. Restaurantes populares devem atendê-la, contanto que se façam as adequações necessárias para evitar aglomerações e contaminação por agentes infecciosos. O texto também prevê o uso dos recursos para ampliar os espaços de acolhimento temporário (abrigos) com as adaptações necessárias.
Em todas as praças e ruas onde há moradores de rua, deverá ser oferecida água potável e acesso aos banheiros públicos já existentes, sem prejuízo da implantação de outros sanitários para uso público.
Com informações da Agência Câmara e da Rádio Câmara
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Informativo popular - divulguem nos seus espaços sociais e de trabalho

 Direito à água em tempos de pandemia da COVID-19

O informativo popular Direito à água em tempos de pandemia da Covid-19 traz orientações e recomendações sobre o que pode ser feito para a população ter acesso à água tratada nesse momento emergencial, ao explicar o que é a doença da COVID-19 (novo Coronavírus) e como evitá-la.
No momento em que a doença COVID-19 atinge o mundo todo, a falta d’água é uma questão de vida ou morte. Lavar sempre e bem as mãos, ter mais cuidados com a limpeza das moradias, além de evitar o contato com outras pessoas, são as principais medidas para evitar a doença. No entanto, nas favelas, comunidades, ocupações, palafitas, “baixadas”, “grotões”, vilas, mocambos e “quebradas”, os moradores vivem um problema sério no dia a dia: a falta de saneamento e de água nas suas casas.
Em linguagem simples e direta, o informativo explica as principais dúvidas e aponta medidas que podem ser tomadas para garantir acesso à água de forma regular, em quantidade suficiente e com boa qualidade.
informativo foi organizado pelo ONDAS e escrito por técnicos da área de saneamento, pesquisadores, professores e lideranças de movimentos populares.

Debate no CRESS SP Covid19


Seminário da Comissão de Orientação e Fiscalização: As Condições de Trabalho da/o Assistente Social



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Debate população de rua, água e covid19


A professora Aldaiza Sposati deve falar dos desafios da política de assistência social, das dificuldades de implementação da politica no atendimento à população  vulnerável em geral e à população em situação de rua em particular. Isso numa conjuntura da Covid-19 e um governo que promove o desmonte das políticas públicas. Já o Darci deve falar das dificuldades que os moradores em situação de rua enfrentam com relação ao acesso a água, de equipamentos e produtos para higiene. Enfim, a ideia é ouvir quem está na ponta, vivendo o problema, sejam os profissionais seja os usuários dos serviços._

Importantes videos - encontros virtuais no Covid19

Vídeos importantes: as “lives” sobre o SUAS e a Pandemia

by Equipe SUAS (2019)
Durante este período de enfrentamento ao Covid-19 e estado de pandemia, muitas reuniões virtuais ao vivo, e em tempo real, as chamadas 'lives', vem sendo apresentadas como forma de capacitação a gestores, trabalhadores e entidades e como forma de organização e defesa de direitos, entre eles o direito à Assistência Social. O MaisSUAS conjugou alguns links para favorecer o acesso:

A PROTEÇÃO E DESPROTEÇÃO SOCIAL BRASILEIRA - PROFA. ALDAIZA SPOSATI

Fonte: Canal YoUTube Federação Catarinense dos Municípios - FECAM

DEBATE: O coronavírus e a atuação da Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS)

Fonte: Canal Youtube CRPSPvideos

COVID-19: ASSISTÊNCIA SOCIAL E PNAE - Dr. Pierre Vanderline

Fonte: Canal YoUTube Federação Catarinense dos Municípios - FECAM

RODA DE CONVERSA: ILPIS em tempos de pandemia

Fonte: Canal YoUTube Federação Catarinense dos Municípios - FECAM

Diálogo Digital - Coronavírus e a atuação da Psicologia nas políticas de Assistência Social e Saúde

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA

Fonte: Canal YouTube Fala, Diversidade

DEBATE SOBRE BENEFÍCIOS EVENTUAIS E PLANO DE CONTIGÊNCIA

Fonte: Canal YoUTube Federação Catarinense dos Municípios - FECAM

DEBATE ANÁLISE DE CONJUNTURA E LANÇAMENTO DO COMITÊ SUAS/SC-COVID19 - Santa Catarina

Fonte: Canal YoUTube Federação Catarinense dos Municípios - FECAM

O risco de não ter como enfrentar os riscos: populações vulneráveis frente ao Novo Coronavírus 

Fonte: Associação Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas (ANEPCP)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

NOTA CONJUNTA


Congemas e Fonseas: carta com reivindicação e denúncias ao MC e SNAS

by Equipe SUAS (2019)
O Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social – CONGEMAS e o Fórum Nacional de Secretários de Estado da Assistência Social – FONSEAS enviaram carta conjunta ao Ministério da Cidadania e Secretaria Nacional de Assistência Social e formalizaram a solicitação de reuniões em caráter de comitê de enfrentamento da crise COVID-19, com participação das representações dos entes federados, sob sua coordenação, com frequência suficiente para corresponder aos desafios interfederativos, no enfrentamento do COVID-19, bem com o devido restabelecimento das reuniões da Comissão Intergestores Tripartite. As instâncias alegam isolamento político e gerencial quanto às decisões relacionadas à Assistência Social.
A Carta reforça a urgente revogação da Portaria no 2.362/19, considerando seus efeitos redutores dos recursos necessários para a manutenção da atual rede implantada no SUAS. E encaminha uma pauta urgente de assuntos a serem tratado em conjunto com o Ministério da Cidadania, de forma urgente:
  • Renda Emergencial: avaliação do panorama de implementação; dificuldades na operacionalização do Auxílio Emergencial; adequações na governança do programa e soluções imediatas reduzir barreiras no acesso a este benefício eventual, tendo em vista o amparo legal na Assistência Social; unificação de entendimentos e decisões quanto ao papel do SUAS na garantia do direito à renda; pactuação de novas formas de acesso para população mais vulnerável; proposta de ampliação da renda considerando o cenário pós COVID-19, com focalização no público da Assistência Social, o que enseja aprimoramentos nas ferramentas e no modelo de governança); regulação das provisões nas situações de emergência e calamidade, considerando as demandas dos municípios e regiões.
  • Orçamento 2020 e novos recursos para o enfrentamento do COVID19: cronograma de repasse dos recursos relativos a 2020, com devida regularidade; destinação dos créditos adicionais; pagamento de recursos de exercícios anteriores; previsão de recursos para IDGDSUAS e AEPETI para 2020; novos recursos e prioridades – Acolhimento População em Situação de Rua, Instituições de Longa Permanência, Acolhimento para Mulheres, Acolhimentos para Migrantes; flexibilização na utilização dos recursos dos pisos, para atender as demandas dos municípios; pactuação de recursos para serviços da proteção especial não cofinanciados; compra de equipamentos de segurança; imediata revogação da Portaria 2362/19).
  • Plano de Contingência na Assistência Social (elaboração dos Planos nas três esferas de governo, e criação de um gabinete de crise com presença das três esferas de governo; garantia de orientações técnicas e equipamentos de segurança aos trabalhadores do SUAS);
  • Pleno funcionamento das instâncias de deliberação e pactução: é preciso restabelecer o funcionamento das instâncias para devida pactuação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão superior da política de Assistência Social, com adequações para reuniões remotas e possibilidades de participação.
O Congemas e o Fonseas insistem na necessidade urgente de unificar os esforços para garantir Assistência Social diante do cenário de crise e no pós COVID-19, e afirma que tal depende, inevitavelmente, de agilidade e proatividade na coordenação nacional e cooperação entre os entes federados, para além de iniciativas da sociedade.

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Reflexões em momento de pandemia.


O “corona” e a fênix: um golpe traumático ao capitalismo?

by Equipe SUAS (2019)
Por Marcela de Andrade Gomes. Psicóloga, psicanalista, professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Organizadora do evento Jornada SUAS - UFSC.
Temos vivido tempos difíceis, não que antes estivéssemos em um contexto idílico; mas não há como negar que o “coronavírus”- expressão agora tão corriqueira- tem alterado substancialmente nossa economia, política e vidas singulares. De tempos em tempos, a humanidade é colapsada por algum fenômeno que a transforma, desloca, precariza e extermina. Certamente o “corona-vírus” será um destes fenômenos; depois dele, a humanidade não será a mesma. Corona... tempo de espera, incerteza, ansiedade, medo, pânico, rompimentos, lutos, afastamentos, violências... ou seja, as múltiplas formas de lidar e expressar a angústia humana.
O que será que podemos apreender com esta atual crise humanitária? A serviço de quem ou o quê este colapso se coloca em marcha? Qual uso podemos fazer desta pandemia?
Colapso; isolamento; pânico; suspensão; serviços; essenciais; saúde; Estado; Governo; máscara; álcool... são significantes que nos atravessam cotidianamente por meio dos diversos meios de comunicação que nos invadem sistematicamente.
Aposto na palavra “paradoxo” para tentar caracterizar esta experiência coletiva: o paradoxo é aquilo que não tem solução; é quando os opostos coexistem. Se, por um lado, estamos vivenciando um empobrecimento maciço da população, um desemprego em massa, entrando em uma profunda e longa recessão econômica e nos deparando com cenas apocalípticas de caixões enfileirados nos noticiários - ao menos, até o presente momento em que escrevo este texto; por outro, o ar está mais limpo, animais e plantas reconquistam seu direito de existir livremente em seus habitats, estamos (re)desenvolvendo formas de relação mais comunitárias, coletivas e afetivas.
Evidente que este paradoxo não é simplório assim. A depender da classe social, gênero, raça, etnia e território da qual pertencemos, a situação de vulnerabilidade social e sofrimento psicológico serão substancialmente distintas. Não há dúvidas que este colapso é muito mais brutal e violador dos direitos humanos para as camadas empobrecidas: majoritariamente negra, que possivelmente estão experienciando o racismo de forma muito mais acentuada; mulheres que vêem suas jornadas de trabalho doméstico e as desigualdades de gênero neste contexto se acirrarem; indígenas e quilombolas que possuem mais dificuldades de acessar o SUS; e imigrantes que, além das dificuldades de acessar as políticas públicas, sentem a xenofobia e negligência de Estado de forma ainda mais intensa neste contexto. Ouvimos alguma ação destinada aos imigrantes e refugiados desde que foi anunciada a medida de isolamento no Brasil? Desastre e tristeza também há de sobra para a população encarcerada e em situação de rua que, ao ouvir “#fiqueemcasa”, soa como algo quase delirante.
Além destes efeitos econômicos e sociais que, notoriamente, vêm intensificando o histórico processo de violação de direitos para alguns segmentos sociais, muitos de nós temos nos deparado com uma experiência quase inédita neste acelerado e conectado chamado mundo “pós-moderno”: um contato intenso e permanente consigo mesmo, com seus familiares e vizinhos. Uma jornada onde temos a radicalidade da experiência de estar com nós mesmos, nossas “escolhas”, nossas relações e modos de vida.
Para quem está podendo vivenciar a quarentena (entendida aqui como um direito e não um privilégio, e, como os demais direitos humanos, extremamente violados pelo Estado brasileiro), possivelmente está sentindo uma mudança substancial em nossa forma de se relacionar com o outro e consigo mesmo.
Se o capitalismo nos empurrava de forma incansável para o aceleramento, produção, trabalho, dinheiro, consumismo e espaço público, o “cornona vírus”, por outro lado, tem nos empurrado para a esfera privada, nos isolando e nos dando tempo - artigo de luxo para o nosso patológico mundo “pós-moderno”.
A fênix é um animal da mitologia grega que morre por conta de sua própria autocombustão e depois renasce; das cinzas faz outra coisa e tomas asas para voar e viver outras vidas. O “coronavírus” tem nos colocado de uma forma visceral frente à dialética vida e morte. Tragicamente temos visto decisões de Estado que nos empurram para a morte com intuito de não “quebrar” - outro significante bastante presente nos tempos atuais - a economia. Ao mesmo tempo que o Estado nos empuxa para a vala comum da história, nunca escutamos a população e dirigentes públicos falarem tanto do “CRAS” e dos programas de transferência de renda de forma tão íntima e prestigiosa - como testemunha e pesquisadora do intenso e importante trabalho realizado por colegas profissionais no SUAS, me emociono com esta mudança. Além disso, temos presenciado o giro que o significante “Ciência” tomou nestes últimos dias; do descrédito e rechaço à aposta de encontrar saídas e alternativas para este trágico cenário.
O “corona vírus” tem nos mostrado a necropolítica inerente ao capitalismo; a coadunação entre o autoritarismo e neoliberalismo nos chamados Estados modernos; a sobreposição do mercado à vida humana e planetária; a nossa precariedade enquanto seres humanos e o fato de algumas vidas serem mais passíveis de luto do que outras; o fortalecimento das narrativas fascistas que sobrevivem por meio de uma gramática discursiva que acalma os nossos fantasmas singulares e coletivos. Neste contexto de desigualdades sociais, violência de Estado e pedido desesperador do sistema capitalista para se salvar desta crise, estamos morrendo. Alguns mais e outros menos, mas estamos morrendo.
Que esta experiência mortífera, a qual nos convoca o “coronavírus”, venha nos ensinar a fazer golpes no sistema e em nós mesmos; que consigamos colocar em suspensão um modo pragmático, veloz, produtivo, narcísico, destruidor e consumista. Ainda que a vida coletiva seja por condição sempre desigual, conflitosa e sofredora, que façamos outra coisa com ela do que estamos fazendo nos últimos séculos. Que o “coronavírus” nos mostre o quanto necessitamos do outro e do meio ambiente, o quanto somos precários, dependentes e o quanto ainda há por se viver.
Que este colapso nos tire do isolamento antropocêntrico e egoístico; que o pânico nos dê princípio de realidade de que nós e o planeta somos mortais; que o Estado se estruture menos na lógica do “álcool e máscara” e mais no investimento em ciência, infraestrutura e políticas públicas; que a saúde e a vida seja, de fato, um direito de todos/as; que aprendamos o que é, afinal, o que há de mais essencial em nossas vidas. A isso, cabe a cada um sua(s) resposta(s). Quando a morte cruza nossas esquinas a todo momento, é hora de se pensar em qual vida e sociedade queremos viver.
Referências:
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Freud, S. (1919/1996). O mal-estar na civilização. In: Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago.
Khel, M. R. (2010). Tortura e sintoma social. In: Telles, E; Safatle, V. (Orgs.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. (pp. 237-252). São Paulo: Boitempo.
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