quarta-feira, 15 de julho de 2020

Contribuição da Profissional em relação ao ECA

 Ao comemorarmos os 30 anos do ECA “quero lhes falar” ... 

Essa é uma luta histórica que desde o período da ditadura militar, muitos foram os que se envolveram para defender e proteger os direitos de crianças e adolescentes no Brasil (MNMMR, Pastoral do Menor, Profissionais, Universidades, Movimentos Sociais...).

 Nesse percurso nos envolvemos cotidianamente em efetivar princípios fundamentais do ECA: criança e adolescente como sujeitos de direitos e prioridade absoluta; responsabilidade da família, da sociedade e do Estado; criança e adolescente em condição peculiar de pessoa em desenvolvimento que sublima a Doutrina da Proteção Integral.

 Chamo a atenção que precisamos estar atentas/os à conjuntura atual e REAFIRMAR o compromisso com o ECA e que nós, profissionais da área social, temos um papel fundamental nesse processo em nosso país.

 A realidade perversa que crianças e adolescentes mais vulneráveis estão submetidos e enfrentam (letalidade infanto-juvenil, baixa qualidade do ensino, situação de rua, abuso e exploração sexual, adolescentes em conflito com a lei, institucionalização, trabalho infantil, mortalidade infantil, discriminação(segregação) étnico racial, gênero-orientação sexual, alimentação insuficiente, dependência química, falta de acesso à cultura, ao esporte, ...) exige nossa reflexão crítica e propositiva.

 Ao comemorarmos os 30 anos do ECA é necessário validar nossa capacidade de indignação, repúdio e denúncia da violação dos direitos humanos e sociais de crianças e adolescentes e suas famílias em nosso país. Isso nos exige, posição ético-política e de esperança (Paulo Freire), compromisso e atuação profissional fundados na defesa intransigente dos direitos humanos e sociais, de uma sociabilidade pautada na liberdade e na justiça social, ou seja, no fortalecimento da democracia.

 A atual pandemia desvela o grau de iniquidades produzidas historicamente por um sistema econômico e político que define um lugar/condições de sobrevivência desumanas para a grande maioria de nosso povo e que produz inúmeras formas de violências, como o encarceramento em massa de homens e mulheres e o genocídio da juventude, de forma predominante, de negras/os.

 De que lado queremos estar???

 Nossas crianças e adolescentes nos olham HOJE e também esperam de nós, um olhar!!

 A realidade exige o cuidar, o defender e o proteger...as famílias precisam ser protegidas para que possam exercer seu papel protetivo... os territórios denunciam a precariedade da vida vivida e a ausência/ fragilidade de políticas públicas efetivas...

 Democracia se (re)constrói com a participação das crianças, adolescentes e suas famílias, garantindo voz e sentido político as suas experiências e vivências, mas também, com o envolvimento dos diversos sujeitos sociais comprometidos com a infância e adolescência.

 Este é um grande desafio para que a ação política se enraíze e dê frutos na luta política tão necessária para que o ECA se efetive como conquista civilizatória da sociedade brasileira na defesa da vida!

A.S. Profª Maria Natalia Ornelas P. B. Guerra. Santos – SP
13/07/2020

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