O FORTSUAS apoia e se solidariza com a trabalhadora e solicita manifestação da Gestão Municipal.
Nota dos Trabalhadores/as apresentada no CMAS de Santos
Nós, trabalhadores abaixo assinados, vimos por meio desta nota repudiar a transferência compulsória da psicóloga Priscila Vicente, que há sete anos vem trabalhando no CREAS ZNO, no serviço de Medidas Socioeducativas, tendo ocupado a chefia deste nos últimos cinco anos, de forma comprometida,competente, responsável, qualificada e tendo como horizonte das suas ações a defesa intransigente dos direitos humanos de crianças e adolescentes. Além disso, durante esse período desenvolveu diversas ações que extrapolavam as atribuições de seu cargo: realizou parcerias intersetoriais, em especial com a Secretaria Municipal de Educação, com a qual promoveu encontros de sensibilização de professores e orientadores educacionais, no sentido da garantia do direito à Educação de diversos jovens e adolescentes em situação de risco; articulou e consolidou parcerias com Universidades como a São Judas-Unimonte, para Psc Coletiva, atual carro chefe desta modalidade de medida socioeducativa em meio aberto no municipio; é multiplicadora da Justiça Restaurativa, tendo contribuído para a formação de profissionais de diversos setores da sociedade, por meio da multiplica ção dessa metodologia tão necessária ao enfrentamento à violência; atuou como conselheira no Conselho Municipal de Cultura; como facilitadora da XIII Conferência Municipal de Assistência Social, na qual coordenou o debate a respeito da inserção ao mundo do trabalho e articulação intersetorial; e, finalmente, substituiu a coordenação do CREAS ZNO em várias ocasiões - sempre defendendo o trabalho em equipes de referência interdisciplinar, como preconizado nas normativas que orientam o trabalho profissional do SUAS.
A transferência da psicóloga Priscila foi uma decisão tomada à revelia da equipe, de forma antidemocrática e autoritária. Não foi aberto nenhum canal de diálogo com este propósito - apesar da pactuacão estabelecida entre a atual gestão com os trabalhadores do CREAS ZNO, uma vez que em diversas reuniões se comprometeram a não realizar transferências compulsórias de servidores. Tal compromisso não foi pactuado somente com trabalhadores do CREAS ZNO, mas com a totalidade dos servidores, dos diversos equipamentos da secretaria, que é o mínimo que se espera de uma gestão coerente com os processos de trabalho e diálogos já estabelecidos. Tal arbitrariedade desconsidera o desfalque de recursos humanos desta unidade, o que tem historicamente impossibilitado o acesso de diversas famílias com direitos violados ao atendimento.
Importante salientar que ações como essas desestimulam os profissionais, tendo em vista que tal atitude gera desestabilidade e insegurança, prejudicando planejamento interno da unidade, o que tem impacto direto nos usuários atendidos. A instabilidade no trabalho vem sendo um fator adoecedor para os profissionais que permanecem neste equipamento, fato que há muito tempo vem sendo anunciado e é de conhecimento de todas as chefias que passaram pelo departamento responsável por nosso serviço.
O reconhecimento e a valorização de bons profissionais deveria ser premissa básica de qualquer gestão, independente de ideologia e/ou orientação política, principalmente em um contexto de extrema polarização e desmonte das políticas públicas.
Em uma secretaria cuja função maior é promover o exercício da cidadania, é extenuante que nós trabalhadores tenhamos que reiterar a necessidade de respeito, transparência e da igualdade no tratamento, itens essenciais para o bom funcionamento dos serviços públicos.Portanto, lamentamos a forma desrespeitosa e irresponsável que fora tratada a profissional supracitada.
Frente a esse contexto, sob a premissa da citação de Martin Luther King de que " a injustiça em um lugar qualquer é uma ameça a justiça em todo lugar" e a favor da política de Assistência Social, dos seus trabalhadores e, principalmente, dos usuários, nos posicionamos categoricamente contrários a transferência compulsória da trabalhadora Priscila Vicente, bem como a qualquer outra transferência que atinja trabalhadores em seu exercício profissional ético-político.
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