2º SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O
TRABALHO DO/A ASSISTENTE SOCIAL NA
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
POSICIONAMENTO POLÍTICO
O
2º Seminário Nacional
acontece no momento
acirrado da luta de
classes, numa confluência de
crise econômica e crise política,
que se agrava a partir do
golpe de 2016.
Esse cenário
acarretou, para a classe trabalhadora
e para os setores
populares, investidas do capital
contra o trabalho, por meio
da radicalização do projeto
neoliberal, consubstanciado
por discursos e práticas protofascistas
e neoconservadoras,
pelo desmonte de direitos
historicamente conquistados
e, consequentemente, das políticas
públicas protetivas, notadamente
as da Seguridade
Social.
As medidas de subfinanciamento,
acirradas
pela Emenda Contitucional
95/2016 e as contrarreformas
trabalhista e previdenciária,
impetradas pelo governo ilegítimo
de Michel Temer e sua
base aliada no Congresso Nacional,
atingem visceralmente
a manutenção do Sistema
Único de Assistência Social
(SUAS), em todo o território
brasileiro, comprometendo as
seguranças e proteções afiançadas,
a qualidade e qualidade
dos serviços socioassistenciais
prestados à população.
É
neste contexto que se expressam
as condições de trabalho
absolutamente precarizadas e
degradantes nas quais se encontram
assistentes sociais e
demais trabalhadoras/es do
SUAS.
Refletir sobre o trabalho
da/o assistente social na Política
de Assistência Social é
assumir não somente o compromisso,
como classe trabalhadora,
com a qualidade dos
serviços executados para com
a população usuária – nossa
aliada estratégica –, mas, sobretudo,
é descortinar e visibilizar
contradições históricas
de um capitalismo dependente
baseado na superexploração
do trabalho na sociedade
brasileira.
O contexto atual de desmonte
do residual Sistema de
Proteção brasileiro, incluído o
campo da Assistência Social,
requer uma leitura crítica da
complexidade de nossa realidade
política, em particular da
vida e dos desafios políticos
da classe trabalhadora.
Desafios
estes que se expressam
no cotidiano do trabalho de
assistentes sociais, instigados
a pensar estratégias de
defesa do SUAS e dos direitos
socioassistenciais em articulação
com as demais políticas
públicas.
Nesse sentido, este 2º
Seminário Nacional busca
debater e refletir os desafios
ético-políticos do trabalho de
assistentes sociais na Política
de Assistência Social, nossas
condições objetivas e subjetivas
de trabalho, nossas
alianças estratégicas com a
população na efetivação dos
direitos sociais conquistados,
como também, os desafios
de mobilização e organização
das/os trabalhadoras/es
do SUAS, objetivando a construção
de um novo projeto
societário, sem dominação,
exploração de classe, etnia e
gênero.
Entendemos que o trabalho
na Política de Assistência
Social exige apreendê-la em
sua historicidade, na disputa
de projetos, concepções e
valores que a envolvem como
política de proteção social não
contributiva, direito universal
e desmercadorizável, portanto,
dever do Estado, no âmbito
da Seguridade Social, negando
reiteradas formas focalizadas,
seletivas e fragmentadas,
características históricas das
políticas sociais brasileiras.
Refletir sobre o trabalho
da/o assistente social na
Política de Assistência
Social é assumir não
somente o compromisso,
como classe trabalhadora,
com a qualidade dos
serviços executados para
com a população usuária
– nossa aliada estratégica
–, mas, sobretudo, é
descortinar e visibilizar
contradições históricas
de um capitalismo
dependente baseado
na superexploração do
trabalho na sociedade
brasileira.
E preciso inseri-la também no
campo da contradição inerente
às políticas sociais públicas,
campo tenso de disputa entre
projetos distintos, o que possibilitou
que se mantivesse,
nos governos conciliatórios,
a orientação social-liberal, da
focalização, expressa na centralidade
dos programas de
transferência de renda, atendendo
a extrema pobreza sem
com isso afetar os ganhos do
grande capital e em detrimento
aos serviços socioassistenciais.
Nesse cenário de regressão
social e expropriação de
direitos, a população empobrecida
é a mais atingida, em
especial com os discursos de
ódio, criminalização, controle
e naturalização da pobreza.
Nessa direção, o trabalho no
âmbito do SUAS tem que estar
atento a esses discursos
conservadores e reacionários
e se posicionar, a partir dos
princípios e valores de nosso
projeto de profissão, contra a
corrosão do SUAS e a descaracterização
da Política de Assistência
Social.
É necessária a construção
de uma Política de Assistência
Social universal que atenda às
demandas e necessidades sociais
da população, produzidas
pela imensa desigualdade
social. Que o trabalho de assistentes
sociais, juntamente
com outros/as profissionais
do SUAS, produza resistência,
contestação e mobilização
progressiva da classe trabalhadora
para a defesa dos direitos
sociais.
Entendemos que o trabalho na Política de Assistência Social exige apreendêla em sua historicidade, na disputa de projetos, concepções e valores que a envolvem como política de proteção social não contributiva, direito universal e desmercadorizável, portanto, dever do Estado, no âmbito da Seguridade Social, negando reiteradas formas focalizadas, seletivas e fragmentadas, características históricas das políticas sociais brasileiras.
É por isso e pelo que virá
que reafirmamos:
1. A defesa
de uma Política de Assistência
Social como política não contributiva
no contexto da Seguridade
Social;
2. Cofinanciamento
público e estatal dos
serviços socioassistenciais;
3.
Participação das/os usuárias/
os e trabalhadores/as nos espaços
de controle social;
4. Garantia da Gestão do Trabalho
e Política de Educação
Permanente, respeitando os
princípios éticos do SUAS;
5.
Realização de concurso público
para os serviços socioassistenciais;
e implantação de
planos de cargos e salários,
conforme a NOB-RH/2006;
6.
Participação da categoria nos
Fóruns Municipais, Estaduais,
Regionais e Nacional de Trabalhadores/as
do SUAS, por
compreendermos que são
também instâncias de mobilização
e organização dos/as
trabalhadores/as, fundamentais
à luta por uma política
de assistência social como
direito e dever do Estado;
7.
Articulação com os movimentos
sociais que defendem os
direitos da população usuária
do SUAS;
8. Revogação
da Emenda Constitucional
95/2016 que congela por 20
anos os gastos com políticas
públicas; e
9. Revogação das
contrarreformas da CLT!
O tempo presente expresso
no contexto de ataques e
desmontes de direitos sociais
exige que construamos estratégias
de luta e resistência
tanto a partir da classe trabalhadora
quanto do ponto de
vista dos desafios profissionais.
Nenhum direito a menos!
SUAS em tempos de luta!
Nossa escolha é resistência!
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